quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Participantes do Projeto


  • Escritores - temática da seca
    • Graciliano Ramos 
      • vida e obra: Cláudia Anielli - 1º ano
      • Livro - Vidas Secas: Vanessa de Luna - 9º ano
    • José Américo de Almeida
      • vida e obra: Maria Rayane - 9º ano
      • Livro - A bagaceira: Edilza - 9º ano
    • Raquel de Queiroz
      • vida e obra: Bruna Raysa - 8º ano
      • Livro - O quinze - jéssica - 9º ano
    • Patativa do Assaré
      • vida e obra: Gislânia - 9º ano
      • Livro - poesias - Karla Macedo - 1º ano
  • Cultura popular
    • Cordel
      • características: Maria Iusyanne - 9º ano
      • amostra de cordéis: Elielma - 8º ano; Maria Jaciara - 8º ano
    • Apresentação musical
      • Maria Senilma
        • música: 
          • Romaria - Renato Teixeira
          • Asa branca - Luiz Gonzaga 

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Cultura popular - xilogravura



A xilogravura é a técnica da gravura em que se utiliza uma matriz em madeira para a obtenção de reproduções da imagem gravada.O suporte, em geral, é o papel.

O primeiro vestígio da xilografia data do séc VIII na china, com a reprodução de imagens budistas e livros xilográficos.A gravura Europeia data do séc.XIV.A mais antiga xilo Europeia que se conhece e a "Bois protat" de 1370.

No Brasil a xilografia chega sistematicamente com a vinda da família real em 1808, que trouxe consigo a imprensa régia, que dispunha de muitas matrizes xilográficas.



A xilo foi utilizada por muito tempo para ilustrações de periódicos como jornais.Um exemplo é o Jornal "O mossoroense".Um dos mais antigos jornais em atividade no Brasil, continha xilogavuras como vinheta e ilustrações,elaboradas pelo seu dono João da Escóssia.

No nordeste brasileiro foi que se desenvolveu uma das mais singulares e representativas formas da xilo no mundo.A xilogravura popular ligada ao folheto de cordel adquiriu uma identidade própria.Geralmente feita pelos cordelistas, gerou grandes nomes com J.Borges,Abraão Batista e Dila.Influenciou grandes nomes das artes visuais como o gravador Gilvam Samico, que bebeu na origem da gravura popular para desenvolver seu traço.


Vídeo que mostra com é feita a xilogravura: http://www.youtube.com/watch?v=lXkKOI3z0V8

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Cultura popular - Literatura de cordel


Cordel são folhetos contendo poemas populares, expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome.

Os poemas de cordel são escritos em forma de rima e alguns são ilustrados. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.

No Brasil, a literatura de cordel é encontrada no Nordeste, principalmente nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se encontra em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, e são vendidos em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas.

Cordel também é a divulgação da arte, das tradições populares e dos autores locais e é de inestimável importância na manutenção das identidades locais e das tradições literárias regionais, contribuindo para a perpetuação do folclore brasileiro.



                          http://ablc.com.br/

Características do texto tradicional em cordel


A PEQUENA EXTENSÃO da obra, com poucas páginas, poucos personagens e poucos conflitos (mais próxima do conto);

UMA VARIANTE LINGÜÍSTICA MARCADA PELO REGIONALISMO E POR UMA LINGUAGEM NÃO-CULTA.

A ORALIDADE: Trata-se de um a literatura feita para o ouvido e não para os olhos. Citação: “O poeta Manoel de Almeida Filho, entrevistado por Mauro Almeida, explica que: […] a grande maioria dos nossos fregueses lê o livro cantando. Como a gente lê, eles aprendem as músicas dos violeiros, e eles cantam aquilo. […] E, em casa reúnem uma família, três, quatro, e cantam aquilo, como violeiro mesmo […] O folheto tem esta doçura do verso. E o povo nordestino se acostumou a ler o verso. Então o livro em prosa mesmo, ele não gosta e nem gosta do jornal, a notícia do jornal. […] Ele não entende. […] Porque está acostumado a ler rimado, a ler versado. […] Aquela notícia não é boa para ele, o folheto sim, porque o folheto ele lê cantando. (Almeida, 1979, f. 202) “.

A RIMA A SERVIÇO DA MEMÓRIA.

A SEXTILHA: 80% dos cordéis (Joseph Luyten, O que é literatura de cordel, coleção Primeiros Passos)

O Nordeste como palco por excelência das narrativas

VISÃO DE MUNDO POPULAR. Citação: “A superioridade dos folhetos deve-se também ao fato de eles apresentarem as notícias interpretadas segundo os valores compartilhados pelo público“.

Economia (na linguagem e na exposição de elementos): O folheto é sucinto e direto, rejeitando os circunlóquios, as perífrases; foco apenas no principal, no necessário: 'Se a espingarda não vai atirar no conto, convém tirá-la da sala' (Tchekov).

Os cordelistas preferem a ordem sintática mais comum: artigo + substantivo + verbos + objetos verbais + adjuntos adverbiais

A simplificação do enredo (enredos não complicados)

Predomínio da linearidade temporal (não é comum os flashbacks ou a montagem paralela)

Literatura exemplar: como a fábula, o cordel passa mensagens; O final feliz (punição do mal; recompensa do bom); a ausência do narrador neutro, que apenas conta a história, deixando para o leitor o julgamento. Comentário: Ao narrador cabe também interpretar as atitudes dos personagens e o sentido geral da narrativa, sobretudo no início e no final do texto, quando se dirige ao leitor para tecer considerações de ordem ética ou moral.

Maniqueísmo: o mundo dividido em bem e mal

A opção preferencial pelos pobres, pelos oprimidos: implicações: a) o vilão é o patrão, o rico, o coronel, etc; b) o herói é o amarelinho astuto (João Grilo, Canção de Fogo, Pedro Malasartes, etc.), uma espécie de vingador do povo.

Conservadorismo: ideologia católica, resíduos da sociedade patriarcal (ginofobia ou infantilização da mulher, racismo, etc.);

Religiosidade popular: superstições com liturgia, canonização sem o aval de Roma (Padre Cícero, Antônio conselheiro, o cangaceiro Jarararaca), etc.

Fonte: http://gelpufc.blogspot.com.br/2011/09/caracteristicas-do-texto-tradicional-em.html


Temática da seca - poema de Patativa do Assaré

Patativa do Assaré




Patativa do Assaré era o nome artístico (pseudônimo) de Antônio Gonçalves da Silva. Nasceu em 5 de março de 1909, na cidade de Assaré (estado do Ceará). Foi um dos mais importantes representantes da cultura popular nordestina.

Dedicou sua vida a produção de cultura popular (voltada para o povo marginalizado e oprimido do sertão nordestino). Com uma linguagem simples, porém poética, destacou-se como compositor, improvisador e poeta. Produziu também literatura de cordel, porém nunca se considerou um cordelista.

Sua vida na infância foi marcada por momentos difíceis. Nasceu numa família de agricultores pobres e perdeu a visão de um olho. O pai morreu quando tinha oito anos de idade. A partir deste momento começou a trabalhar na roça para ajudar no sustento da família.

Foi estudar numa escola local com doze anos de idade, porém ficou poucos meses nos bancos escolares. Nesta época, começou a escrever seus próprios versos e pequenos textos. Ganhou da mãe uma pequena viola aos dezesseis anos de idade. Muito feliz, passou a escrever e cantar repentes e se apresentar em pequenas festas da cidade.

Ganhou o apelido de Patativa, uma alusão ao pássaro de lindo canto, quando tinha vinte anos de idade. Nesta época, começou a viajar por algumas cidades nordestinas para se apresentou como violeiro. Cantou também diversas vezes na rádio Araripe. 

No ano de 1956, escreveu seu primeiro livro de poesias “Inspiração Nordestina”. Com muita criatividade, retratou aspectos culturais importantes do homem simples do Nordeste. Após este livro, escreveu outros que também fizeram muito sucesso. Ganhou vários prêmios e títulos por suas obras.

Patativa do Assaré faleceu no dia 8 de julho de 2002 em sua cidade natal.


Dois Quadros - poesia

Na seca inclemente do nosso Nordeste, 
O sol é mais quente e o céu mais azul 
E o povo se achando sem pão e sem veste, 
Viaja à procura das terra do Sul. 

De nuvem no espaço, não há um farrapo, 
Se acaba a esperança da gente roceira, 
Na mesma lagoa da festa do sapo, 
Agita-se o vento levando a poeira. 

A grama no campo não nasce, não cresce: 
Outrora este campo tão verde e tão rico, 
Agora é tão quente que até nos parece 
Um forno queimando madeira de angico. 

Na copa redonda de algum juazeiro 
A aguda cigarra seu canto desata 
E a linda araponga que chamam Ferreiro, 
Martela o seu ferro por dentro da mata. 

O dia desponta mostrando-se ingrato, 
Um manto de cinza por cima da serra 
E o sol do Nordeste nos mostra o retrato 
De um bolo de sangue nascendo da terra. 

Porém, quando chove, tudo é riso e festa, 
O campo e a floresta prometem fartura, 
Escutam-se as notas agudas e graves 
Do canto das aves louvando a natura. 

Alegre esvoaça e gargalha o jacu, 
Apita o nambu e geme a juriti 
E a brisa farfalha por entre as verduras, 
Beijando os primores do meu Cariri. 

De noite notamos as graças eternas 
Nas lindas lanternas de mil vagalumes. 
Na copa da mata os ramos embalam 
E as flores exalam suaves perfumes. 

Se o dia desponta, que doce harmonia! 
A gente aprecia o mais belo compasso. 
Além do balido das mansas ovelhas, 
Enxames de abelhas zumbindo no espaço. 

E o forte caboclo da sua palhoça, 
No rumo da roça, de marcha apressada 
Vai cheio de vida sorrindo, contente, 
Lançar a semente na terra molhada. 

Das mãos deste bravo caboclo roceiro 
Fiel, prazenteiro, modesto e feliz, 
É que o ouro branco sai para o processo 
Fazer o progresso de nosso país.





Morte e Vida Severina em desenho animado

Segue Abaixo o link de uma versão em desenho animado da obra "Morte e Vida Severina", de João Cabra de Melo Neto. Vale a pena Conferir!







Produção de poesias - temática da seca


Esse espaço será destinado à publicação de poesias produzidas pelos alunos da Escola Estadual Senador Dinarte Mariz.

Na seca - Maria Iusyanne - 9º ano

O sonho do nordestino
é que a seca não seja
tão rigorosa como gente ruim.

No chão do nordeste, 
seca extrema como
se nunca tivesse caído
uma gota sequer de água
naquela terra.

Quando cai a chuva,
o nordestino fica com 
a maior felicidade do mundo,
como uma criança feliz.

Sertão! - Karla Macedo - 1º ano

Se o sertão fosse um mar de beijos,
eu bebia até cansar.
Se a água dele fosse de ouro,
ninguém viveria no bar.

Meu querido sertão, ouça
bem o que eu vou falar, 
pois tudo o que aqui se planta dá.
Plantei com amor, reguei com amor.

Meu sertão cariri, pois de tudo já se viu,
até mesmo a asa branca sair
voando como uma planta por aí.

Se a barata desse leite, 
o leite ia baratear.
Mas aqui no meu sertão
a tendência é aumentar.
Pois no meu coração
guardo o sertão 
em primeiro lugar. 




Escritores - temática da seca - Raquel de Queiroz

Raquel de Queiroz


Professora, jornalista, romancista, cronista e teatróloga brasileira nascida em Fortaleza, CE, primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras (1977) eleita para a Cadeira no. 5, na sucessão de Cândido Mota Filho, e uma das mais importantes romancistas do movimento regionalista contemporâneo do Nordeste. Filha de proprietários rurais do Ceará, foi para o Rio de Janeiro (1915), em companhia dos pais que procuravam, nessa migração, fugir dos horrores da terrível seca, que mais tarde a romancista iria aproveitar como tema de O quinze, seu livro de estréia (1930).

O quinze



O romance mais popular da escritora Raquel de Queiroz, O quinze, retrata a esperança, a fome, o milagre, a morte, a separação e a fé em Deus de que um dia chuvoso irá melhorar a vida de muitos retirantes sofredores.A obra que foi escrita em 1930, conta a saga de retirantes com muita fome que chegam a se alimentar de tripas de carneiro durante a seca de 1915, que também foi vivida pela escritora.

Links úteis:


http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=115 - Site da Academia Brasileira de letras, com informações sobre a autora.


http://www.youtube.com/watch?v=voHVzpO2YBA - Enredo animado de O quinze.

 Site